Confira os principais anúncios das empresas de tecnologia nesta terceira semana de agosto
Magazine Luiza tem trimestre recorde, puxado por resultados do seu comércio eletrônico. OLX anuncia expansão de seu serviço de pagamentos para todo o Brasil. Klabin abre inscrições para seu programa de inovação aberta. Esses são os principais anúncios do mundo da tecnologia e inovação desta semana (17/08 a 21/08), que o Terra separou para você ficar bem informado.
Magalu tem trimestre recorde puxado pelo digital
A empresa varejista Magazine Luiza anunciou seus resultados financeiros do segundo trimestre deste ano na última segunda-feira (17/08) e surpreendeu o mercado. Apesar de ter inúmeras lojas físicas fechadas pela pandemia do novo coronavírus (Sars-Cov-2), o período entre abril e junho de 2020 contou com total de R$ 8,6 milhões em itens vendidos.
Magazine Luiza, liderada pelo diretor-executivo Frederico Trajano, teve resultados trimestrais recorde entre abril e junho deste ano
Foto: Reuters
Parte do sucesso apresentado no relatório trimestral foi por conta do braço digital da companhia, que além de contar com site, superapp e marketplace, também opera com os e-commerces Netshoes, Zattini, Época Cosméticos e Estante Virtual. Segundo os dados apresentados, as vendas pelo comércio eletrônico representaram 78,5% das receitas do Magazine Luiza no segundo trimestre financeiro deste ano.
OLX expande serviço de pagamentos para todo Brasil
Após alguns meses de testes, a plataforma de comércio eletrônico OLX anunciou, na última segunda-feira (17/08), que irá expandir a atuação de seu serviço de pagamentos OLX Pay para todo o Brasil.
O usuário que utilizar a nova funcionalidade para vender ou comprar algum artigo dentro da plataforma possui algumas vantagens, como, por exemplo, pagamento parcelado em até 12 vezes no cartão de crédito e o recebimento do valor da comercialização dos produtos em até 24 horas.
Até então, apenas usuários com sistema operacional Android conseguirão utilizar o OLX Pay. A perspectiva, segundo a empresa, é de que a nova funcionalidade seja incorporada tanto na sua plataforma web, quanto no sistema operacional da Apple, o iOS, nos próximos meses.
Klabin abre chamada para seu programa de inovação
As inscrições para o programa de inovação aberta da companhia produtora de papel Klabin, o Pitch Day, estão abertas até o dia 19 de setembro deste ano. A nova edição da iniciativa tem como mote a sustentabilidade e a economia circular.
A fábrica da Klabin, em Telêmaco Borba, no Paraná, é um dos complexos industriais da companhia
Foto: Agilberto Lima / Estadão
A Klabin, nesse novo Pitch Day, procura parceiros de negócios que consigam auxiliá-la na resolução do desafio da destinação de resíduos sólidos na produção de celulose das fábricas de Telêmaco Borba e Ortigueira, no Paraná.
As inscrições podem ser feitas no site https://inova.klabin.com.br/programas/klabin-pitch-day/uso-de-dregs.php, onde há mais informações sobre o processo seletivo.
O bitcoin atingiu nesta segunda-feira o nível mais alto em 13 meses, aumentando um rali que mais do que triplicou a cotação da moeda virtual desde março.
Representação virtual do bitcoin. 13/3/2020. REUTERS/Dado Ruvic
Foto: Reuters
A criptomoeda subia 4,4%, a 12.424 dólares, maior valor desde julho de 2019. O bitcoin subiu mais de 70% este ano, tornando-se um dos ativos de melhor desempenho.
A queda nas taxas de juros e os enormes programas de compra de títulos por bancos centrais em todo o mundo aumentaram a demanda pela criptomoeda, vista por alguns investidores como uma proteção contra a inflação devido ao seu fornecimento limitado.
A operadora comprou o grupo INB Telecom, que atua na região metropolitana de Porto Alegre e em cidades litorâneas do Rio Grande do Sul, e conta com mais de 78 mil clientes.
A Vero Internet, que tem o fundo de private equity Vinci Partners como investidor, acaba de fechar mais uma aquisição de ISP. Dessa vez, assumiu o controle do grupo INB Telecom no Rio Grande do Sul, que atua na região metropolitana de Porto Alegre e cidades litorâneas do estado. Pelo sistema da Anatel, a operadora adquirida registra 51 mil clientes em sua base, mas segundo o CEO da Vero, Fabiano Ferreira, a aquisição envolveu uma base de mais de 78 mil clientes incorporados.
” Continuamos compradores. Estamos olhando aquisições em todas as regiões do país”
FABIANO FERREIRA, CEO DA VERO INTERNET
Segundo o executivo, a Vero, que é resultado da aquisição de oito provedores de internet no interior de Minas Gerais, atingindo 49 cidades, no início de 2019, continua com a estratégia de oferecer internet de alta velocidade para o interior do país, em cidades com menos de 150 mil habitantes e vai acelerar o seu crescimento. Embora não divulgue os números da operadora, Ferreira afirma que este mês de agosto a empesa registrou o seu melhor resultado desde a criação, sem considerar as novas cidades adquiridas. “Estamos crescendo trimestre a trimestre. A receita cresceu 30% esse semestre”, comemorou o executivo, que atribuiu à equipe de mais de mil funcionários e ao portfólio de serviços esse
desempenho. Mas há um número que Ferreira divulga: a operadora já investiu (seja da construção de rede ou na aquisição de provedores (essa é a segunda compra anunciada este ano) R$ 250 milhões. “Temos mais para aplicar”, afirmou.
Ferreira disse que, a concretização de uma aquisição de ISP demora uma média de nove meses para o cumprimento de todas as etapas das diligência, mas assim que é concretizada, a integração das plataformas é mais rápida.
Além de comprar operações já estabelecidas a Vero amplia a sua própria rede. Inicia esse mês a operação em quatro novas cidades no interior de Minas Gerais, passando para 53 cidades, e está concluindo a construção de seu próprio backbone, que vai ligar Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. Até o final deste ano, explicou, 100% do tráfego da Vero estará nessa rede de alta velocidade estadual. “Com isso, poderemos ampliar nosso portfólio de serviços”, disse Ferreira. O ticket médio da operadora está hoje no valor de R$ 110 por 250 Mbps, com entrega de Wifi nas residências e conteúdos de audiovisual por streaming.
Ranking
Com esse movimento, a Vero internet consolida-se como o segundo maior operador regional de banda larga fixa, atrás somente da Brisanet, que continua atuando em voo solo, sem mudança de controle acionário. Ferreira afirma que continua a olhar com atenção todos os movimentos do mercado – o anúncio das redes neutras das incumbents, o anúncio de leillão da 5G da Anatel – para potencializar os negócios.
Empresa aluga motos para que trabalhadores com crédito baixo no mercado trabalhem em entregas na Grande São Paulo
A Mottu, startup de aluguel de motocicletas para trabalhadores de delivery, anunciou a captação de um aporte de US$ 2 milhões, liderado pela Caravela Capital e com participação de Elie Horn, fundador da Cyrella, José Galló, ex-presidente da Renner e da Fundação Estudar Alumni Partners.
Com pouco tempo de funcionamento — a Mottu começou sua operação em fevereiro deste ano — a startup pensa em utilizar o aporte para se estabelecer no mercado e trabalhar com segurança nos próximos meses, enquanto desenvolve seu serviço aos usuários.
"Estamos em uma fase de provar o modelo de negócio. Tem muito aprendizado no que a gente está fazendo. Estamos aprendendo a como criar uma relação de longo prazo com pessoas que têm baixo score de crédito. O dinheiro proporciona que a gente possa baixar a cabeça e trabalhar", afirma Rubens Zanelatto, fundador da Mottu, em entrevista ao Estadão.
Prestando serviço para a área de delivery, a Mottu aluga motocicletas para trabalhadores que querem atuar na entrega por aplicativo, mas que não possuem seus próprios veículos. Além disso, a startup trabalha com uma linha de aprovação para quem tem baixo crédito na praça. Segundo Zanelatto, a Mottu não quer apenas alugar motos, mas agir na geração de renda direta de trabalhadores da chamada gig economy (economia de "bicos", em tradução literal)
"O maior desafio do motoboy é que ele está sozinho. Ele mora longe dos grandes centros, enfrenta trânsito, sol, chuva e um monte de perrengue. Se acontece um problema, ele se vê sozinho para resolver. Quando a gente compra uma moto, aluga pra ele, gera uma demanda, a gente faz as pessoas ganharem mais dinheiro, e esse é o nosso propósito", explica.
Para alugar uma moto, o usuário deve preencher um cadastro no aplicativo e aguardar a aprovação dos documentos, como carteira de motorista. A Mottu pede um depósito inicial — como um cheque caução — no valor de R$ 250 e cobra diárias de R$ 35. Por enquanto, a startup cobre apenas a Grande São Paulo.
De acordo com Zanelatto, já são 300 motos operando na startup — todas alugadas — chegando em até 2 mil veículos até o final do ano. Na plataforma, mais de 15 mil pessoas já demonstraram interesse no aluguel de motos.
"A maior inovação da Mottu não é tecnológica, é entregar um ativo de R$ 8 mil na mão de uma pessoa que não tem crédito nenhum. O nosso público é a pessoa que está desempregada, então a gente enxerga que a barreira para trazer ele para cá precisa ser muito baixa", explica Zanelatto.
Para Lucas de Lima, cofundador da Caravela Capital, a visão para um mercado novo de serviços para entregadores e o grande potencial de crescimento foram fundamentais para a aporta na startup durante a pandemia de coronavírus.
"A gente viu muito potencial na startup, no momento dela e no que ela está solucionando. Acho que a questão de dar acesso e criar oportunidades para o mercado brasileiro que não são por meios tradicionais chamou a atenção. Quando a gente conseguiu encaixar esse modelo de negócio, a gente viu um potencial muito grande para a startup crescer. Para a gente, era um investimento que fazia
muito sentido", afirmou Lima.
*É estagiária sob supervisão do repórter Bruno Romani
Durante a pandemia, a empresa deu um salto de 150 clientes em abril para 400 hoje; serviço reúne diferentes benefícios para o funcionário em um só cartão
A startup Caju, dona de uma plataforma para gerenciar benefícios a funcionários, acaba de receber um aporte de R$ 13 milhões liderado pelo fundo Valor Capital Group, pela Canary e também com a participação de Ariel Lambrecht, fundador da 99 e da Yellow. Com crescimento acelerado durante a pandemia, a startup, que atendia cerca de 150 empresas em abril, já tem hoje 400 companhias clientes, entre eles startups como Loft e Pipefy — ao todo, a Caju atinge indiretamente 15 mil funcionários atualmente.
A ideia da Caju é facilitar o uso de benefícios por funcionários. Por meio da plataforma, o usuário consegue direcionar parte do dinheiro que ganharia de vale transporte para o vale alimentação, por exemplo. É possível também ter acesso a diferentes categorias de benefícios, que incluem academias, por meio do serviço da Gympass, e até assinatura de plataformas de streaming como Netflix.
Além disso, todos os benefícios são concentrados em um único cartão, de bandeira Visa.
A pandemia deixou escancarada essa necessidade de um cartão de benefícios com aceitação global, e que ofereça flexibilidade para o usuário. Poucos vales-alimentação são aceitos online", diz Eduardo
del Giglio, presidente executivo e fundador da Caju. "Por conta disso tivemos uma explosão de demanda". Para sustentar seu modelo, a startup fica com uma taxa repassada pela bandeira Visa a cada compra.
Com os novos recursos, a Caju pretende dar suporte ao seu crescimento e também trazer melhorias para o produto — aqui a ideia é principalmente facilitar as operações na plataforma, desde o cadastro dos funcionários até os pedidos de usuários, deixando-as mais automáticas.
Com o crescimento acelerado, o maior desafio para a empresa tem sido dar suporte à entrega dos cartões e ao atendimento dos clientes. Atualmente com 20 funcionários, o plano é chegar a uma equipe de 30 pessoas até o final do ano.
No longo prazo, o plano é olhar também para outros serviços que possam ajudar a melhorar as interações entre a área de recursos humanos e os funcionários de empresas. "Ainda não sabemos exatamente onde vamos atuar, mas uma oportunidade é a parte de previdência e consignado", afirma o fundador da Caju.