A forte queda no preço das TVs de plasma vai se acentuar após a Copa do Mundo. Quem puder aguardar deve economizar. De janeiro a dezembro de 2005, o produto de 42 polegadas baixou de R$ 19.999 para R$ 9.999. Hoje, já custa menos de R$ 8 mil. Vão acontecer novos cortes no preço --de até 50% no segundo semestre--, apurou a Folha.
No final do ano passado, para elevar as vendas de Natal, várias indústrias de televisores chegaram a apregoar que novas reduções significativas não aconteceriam em 2006. Portanto, a compra naquele momento seria bom negócio. A realidade é outra.
Apenas de janeiro a abril, o preço da TV de plasma de 42 polegadas caiu de R$ 9.999 para R$ 7.986 n Lojas Cem. As Casas Bahia vendem por R$ 7.999, assim como o Ponto Frio e a rede Extra. Logo, em quatro meses, a queda é de mais de 20% --uma economia superior a R$ 2 mil em relação ao valor de dezembro de 2005. Em todo o ano passado, a redução no preço do produto foi de 50%.
A Folha entrou em contato na sexta-feira com três grandes redes varejistas. Elas fizeram as contas e calculam que no Natal de 2006 o produto deverá custar entre R$ 3.500 e R$ 4.000. Portanto, quem não quer pagar agora pelo benefÃcio da inovação e puder esperar fará economia.
Quem levar para casa o produto neste ano terá outro ganho: está sendo definida agora, pelo governo, a nova tecnologia de TV digital que será utilizada no Brasil. Com o aparelho de plasma, o consumidor provavelmente já terá um sistema digital incorporado à TV. Se o equipamento não tiver esse benefÃcio, é possÃvel comprar um adaptador digital, por US$ 50.
Margens e estratégia
Nem loja nem indústria estão mexendo no próprio bolso para praticar esses preços agora. Margens de lucro estão garantidas. O que há é um interesse de popularizar a tecnologia e manter em alta a venda de mercadorias que garantem retornos superiores ao de mercadorias "commodities", com margens muito baixas, como a TV de 20 polegadas ou o videocassete.
Pesquisa de preços da Fipe mostra que, de janeiro a dezembro de 2005, a TV (incluindo todos os modelos e tamanhos) teve queda de 16,8% nas lojas em relação a 2004. Apenas em dezembro, mês de Natal, a queda foi de 2,77%. Em março de 2006, a retração foi ainda maior: 3,77%.
"Lojas e fabricantes repassaram essa retração ao mercado, como parte de um processo de popularização da tecnologia", diz Waldemir Colleone, superintendente da Lojas Cem.
Gravador de DVD
No final de 2005, às vésperas do Natal, a direção da Gradiente não acreditava em quedas fortes nos preços em 2006. Para a empresa, a maior parte da queda já havia ocorrido nos últimos dois anos.
Mas a redução se mantém de forma acentuada como parte de um efeito dominó no mercado: o consumidor continua comprando, os ganhos com escala industrial sobem, lojas e indústrias ainda renegociam descontos e, por conseqüência, o preço volta a cair.
Ninguém nesse mercado gosta muito de falar em novas reduções nos preços. Isso posterga as vendas, porque faz o consumidor pensar duas vezes antes de gastar agora. Por isso, nos próximos 60 dias o comprador pode esperar por uma enxurrada de ações de mÃdia das marcas, antes da Copa do Mundo, para incentivar a compra.
No caso do gravador de DVD, a situação é muito semelhante. Há aparelhos da Gradiente por R$ 688 (Lojas Cem), um dos preços mais baixos hoje. Em dezembro de 2005, ele custava R$ 999 na maioria das redes. Outras marcas fizeram o mesmo: LG e Philips vendem o produto por até R$ 798. Pode-se parcelar o produto em até 12 vezes sem juros.
O que ainda é uma barreira à maior demanda pelo produto as grandes marcas ainda fabricam videocassete é o custo do DVD gravável.
Quem compra o gravador de DVD geralmente tem um gasto de manutenção maior, com o aluguel das fitas em DVD e a compra do DVD para gravação. Classes de menor renda podem não ter como adequar esse custo ao seu orçamento.
Os internautas domésticos brasileiros bateram, em março, dois recordes: o tempo de navegação e o número de usuários, que chegou a 14,1 milhões. No mês passado, cada internauta residencial passou cerca de 19 horas e 24 minutos conectado --até então, o perÃodo máximo registrado eram 18 horas e 42 minutos (outubro de 2005).
A quantidade de pessoas que utiliza a web em suas casas aumentou 6,5% entre fevereiro e março, segundo o Ibope//NetRatings, responsável pelo levantamento dos números.
Em relação ao tempo de navegação, o Brasil perdeu apenas para a França, que registrou 19 horas e 28 minutos --um recorde também naquele paÃs. Com freqüência, os internautas brasileiros lideram este ranking que considera 11 nações: entre elas, Estados Unidos e Japão.
A categoria "comunidades" --formada por sites de relacionamento, blogs e fotologs, entre outros-- vem recebendo destaques nos últimos meses. No mês passado, cada internauta passou em média 3 horas e 46 minutos nestas páginas, contra 1 hora e 47 minutos em março de 2005.
"Trata-se de um fenômeno global, fruto da evolução da tecnologia de software, que facilitou a disponibilização de informações pessoais na internet. Além disso, a popularização da banda larga facilita o acesso a este tipo de conteúdo", afirmou Marcelo Coutinho, diretor-executivo do Ibope Inteligência.
As receitas com anúncios on-line registraram crescimento de 30% em 2005, atingindo um novo recorde, US$ 12,5 bilhões (contra US$ 9,63 bilhões em 2004). Foi o terceiro ano consecutivo de crescimento. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira pelo IAB (Interactive Advertising Bureau).
A principal fonte das receitas foram os anúncios direcionados, exibidos em sites de busca de acordo com as palavras-chave utilizadas nas pesquisas feitas pelos usuários, segundo o IAB, com a geração de US$ 5,1 bilhões, ou 41% do resultado do ano passado.
Em 2004, esse tipo especÃfico de anúncio havia representado cerca de 39% das receitas.
No quarto trimestre do ano passado, o total obtido foi de US$ 3,6 bilhões, novo recorde. O aumento em relação ao obtido no terceiro trimestre do ano passado (US$ 3,1 bilhões, recorde anterior) foi de 15% e, na comparação com o quarto trimestre de 2004, de 34%.
"Os anúncios interativos continuam a passar por um tremendo crescimento, à medida em que os anunciantes experimentam a efetividade na construção de marcas e no aumento das vendas" disse, em um comunicado, o executivo-chefe do IAB, Greg Stuart.
Stuart disse que espera que o crescimento continue à medida em que os anunciantes encontram formas de explorar as novas oportunidades da internet, como transmissões de vÃdeo através de banda larga, TV pela rede e jogos on-line.
Apesar dos resultados recorde, os anúncios na internet representam apenas 5% de todas as receitas com publicidade nos EUA, ligeiramente acima dos 4% registrados em 2004, segundo a IAB. O estudo foi realizado pela PricewaterhouseCoopers.
No inÃcio do mês, no entanto, o Merrill Lynch informou que os gastos com anúncios na internet deverá crescer 27% neste ano.
Buscas
Os anúncios em sites de busca, exibidos de acordo com as pesquisas feitas, têm sido uma das categorias que mais cresceram na publicidade on-line nos últimos anos, segundo o IAB. Essa modalidade de publicidade responde por quase todas as receitas da empresa de buscas na rede Google.
Banners nas páginas da internet e outras modalidades de anúncios ocupam o segundo lugar, respondendo por 21% do resultado de 2005. Os classificados on-line vêm logo a seguir, com 17% de participação.
Anúncios ligados a artigos de consumo, como brinquedos, redes de varejo, agências de viagem e automóveis geraram quase metade das receitas do ano passado. Anúncios de empresas financeiras e de informática responderam por 12% cada e empresas de telecomunicações, por 7%.
TÓQUIO - As emissoras de TV venceram a guerra da TV digital. Na última quarta-feira à noite, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, assinou em Tóquio, com o chanceler japonês Taro Aso, um memorando de entendimento para instalação no Brasil de um sistema de TV digital baseado no padrão japonês ISDB. Agora, só falta o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ratificar a escolha. O que deve acontecer em breve, já que ele dificilmente iria contrariar os radiodifusores em ano eleitoral. As redes de TV fizeram campanha pelo ISDB.
"Nossa missão está cumprida", afirmou o ministro das Comunicações, Hélio Costa. Em visita à emissora estatal japonesa NHK, Costa ressaltou sua trajetória de homem de televisão. Ele assumiu a pasta com o objetivo de garantir a transição do rádio e da televisão brasileira para a tecnologia digital com o mÃnimo de impacto possÃvel no modelo atual de negócios. Acionista de uma rádio em Barbacena (MG), sua cidade natal, Costa foi repórter do programa Fantástico e chefe da sucursal da Rede Globo nos Estados Unidos, antes de ingressar na polÃtica.
Semicondutores
O memorando não garante a instalação de uma fábrica de semicondutores no Brasil, uma das principais demandas. O documento diz que "o governo japonês valoriza as empresas japonesas que cooperem com nos vários estudos para a modernização das indústrias relacionadas a serem feitos pelo Brasil, e estudem a possibilidade investimentos futuros na indústria eletroeletrônica, incluindo a indústria de semicondutores e correlatos e cooperação na capacitação de recursos humanos".
Novas instalações
Apesar disso, o governo está animado. "Seja mais otimista", sugeriu Costa à imprensa, ao ser questionado sobre a fábrica. "A versão assinada do documento foi a quinta, e está muito mais objetiva do que as anteriores." Segundo ele, a Toshiba enviará ao Brasil, em duas semanas, uma equipe técnica para trabalhar no projeto de viabilização da indústria de semicondutores. Técnicos do governo destacaram que a sul-coreana Samsung também estaria interessada em instalar uma unidade fabril no Brasil, logo depois dos japoneses.
Os representantes dos dois paÃses ficaram trabalhando no documento até as 6 horas da manhã de da última quarta. Os integrantes da comitiva consideram que todas as demandas brasileiras foram atendidas naquilo que alguns chamaram, em tom de brincadeira, de "a batalha de Tóquio". O memorando prevê a absorção de tecnologia desenvolvida no Brasil pelo padrão ISDB, a participação brasileira no consórcio responsável pela tecnologia, a criação de um centro e desenvolvimento brasileiro, a dispensa de pagamento de royalties e o financiamento, pelo Japan Bank for International Cooperation (JBIC), da transição dos radiodifusores brasileiros para o sistema digital.
O memorando confirmou a escolha do padrão japonês pelo Brasil, apesar de não dizê-lo textualmente. "Tudo está encaminhado neste sentido, a menos que ocorra algum desastre", afirmou Amorim. O chanceler brasileiro afirmou que a instalação de uma fábrica de semicondutores japonesa no PaÃs é "muito viável", mas que não havia como o governo do Japão firmar compromisso sobre uma decisão da iniciativa privada.
O documento trata da escolha como uma decisão ainda a ser tomada, para não passar por cima do presidente Lula. "O Brasil vem estudando favoravelmente a implementação do Sistema Brasileiro de Televisão Digital com base no padrão ISDB-T", diz o memorando. "Caso esta opção venha a ser adotada, este memorando terá como objetivo essa implementação e a construção das bases para a viabilização e o desenvolvimento conjunto da respectiva plataforma industrial eletroeletrônica brasileira."
O site do primeiro astronauta brasileiro, Marcos Pontes, sofreu modificações visuais e de conteúdo depois que o tenente-coronel voltou à Terra. Para informar os internautas sobre a viagem de retorno, por exemplo, o astronauta passou a divulgar logo em sua página inicial reportagens da Folha Online que tratam do assunto.
Página inicial do site mostra reportagens
Com o sucesso da Missão Centenário, que chegou ao fim na noite de sábado, o site ganhou cores mais fortes e diversas imagens que se movimentam na tela --muitas mostram Pontes.
A página também mudou a maneira como se refere ao brasileiro. Antes identificado apenas como astronauta, o site novo também usa o tÃtulo de cosmonauta (entenda a diferença).
Depois de ficar dez dias no espaço, Pontes voltou à terra na noite de sábado, quando a nave Soyuz TMA-7 fez um pouso bem-sucedido no Cazaquistão. O tenente-coronel passará por um perÃodo de readaptação até o dia 19 deste mês, no Centro Yuri Gagarin de Treinamento de Cosmonautas (Moscou).