SÃO PAULO - Conhecer os pontos turÃsticos da cidade sem sair da cadeira. Como isso é possÃvel? Com uma visita à pagina na internet da São Paulo Turismo .
Há duas semanas, uma nova seção foi criada: a possibilidade de ver alguns cartões-postais, e outros nem tanto, em imagens de 360 graus.
O material é proveniente de uma parceria com o site sp360, que concede uma parte de seu acervo de fotos panorâmicas e imagens em 360 graus à Prefeitura.
Assim, se você tem vontade de conhecer a vista do Mirante do Banespa e nunca teve a oportunidade, é só apelar para o computador. Basta entrar no site da SPTuris e escolher, entre as 19 opções possÃveis, a que mostra o mirante.
Com um clique, sem mexer mais o corpo, a imagem do alto do prédio do Banespa vai girando lentamente até fechar uma volta completa. Se ficar com vontade de programar já para o próximo final de semana uma visita ao local, saiba que não será o primeiro.
Mesmo sem ter sido lançado oficialmente, o site sp360 já pôde sentir a repercussão de seu trabalho. "Recebi muitos e-mails de pessoas dizendo que não conheciam alguns pontos, gostaram e estavam indo lá", diz Eduardo Amara que, em parceria com Zuza Melkan, criou o sp360.
Até sua sogra, que viveu durante 40 anos na Capital e há 5 mora no Interior, descobriu a beleza da vista do Pico do Jaraguá através dos cliques no computador. Na sua primeira visita à filha, programou a ida fÃsica ao Pico.
O passeio virtual, segundo Amaral, não vem para acabar com o passeio ao vivo e a cores. Pelo contrário, ele acha que essa é uma forma de fomentar a visitação.
E foi por este motivo, explica, que a SPTuris ficou interessada em receber parte de seu material.
Por enquanto, o site da SPTuris apresenta voltas completas nas paisagens de 12 pontos: Pinacoteca, Memorial da América Latina, Vale do Anhangabaú, Parque da Luz, Museu de Arte Contemporânea, Igreja do Carmo, Mirante do Banespa, Pico do Jaraguá, Parque Ibirapuera, Vila Maria Zélia, Vilarejo São Paulo e da exposição Dinos na Oca.
Em breve, explica Amaral, estarão disponÃveis também os passeios virtuais pelo Sambódromo, Museu Paulista, Teatro Municipal, Museu de Zoologia, Parque do Jaraguá, Memorial do Imigrante, Parque da Aclimação, Parque Fernando Costa, Praça VinÃcius de Moraes e Parque do Piqueri.
No site do sp360 também há 12 passeios, porém com muito mais pontos de giro e fotos panorâmicas que no da Prefeitura - são ao todo 400 imagens. Apenas da Pinacoteca há 60 fotos, enquanto a página da SPTuris mostra três. "Só para visitar tudo o que está no site, o internauta gasta quatro horas e meia", diz Amaral.
A idéia é adicionar cada vez mais locais a serem visitados, até chegar aos 432 passeios catalogados. Em abril, quando o site for oficialmente lançado, já serão 30 passeios e seis horas e meia de navegação em suas seções.
"Trabalhamos com comunicação e ´vender´ São Paulo é muito difÃcil. Por isso decidimos criar um site que não falasse da Cidade, mas mostrasse", explica Amaral.
E, apesar de ter sido criado para vencer esse tipo de dificuldade e atrair visitantes à Cidade, Amaral e Melkan acabaram lançando moda entre os próprios paulistanos: um site que desperta nos internautas a vontade de levantar da cadeira não só para visitar shoppings e salas de cinema.
O número de usuários residenciais da web brasileira cresceu 10% em fevereiro, somando 13,2 milhões de internautas. Em janeiro, eram 12 milhões. O dado faz parte do levantamento mensal do Ibope/NetRatings, divulgado nesta sexta-feira (17).
"O aumento é decorrência do crescimento do número de pessoas que moram em domicÃlios que possuem computadores com acesso à rede, que passou de 19,9 milhões para 21,2 milhões", explicou o instituto de pesquisa.
O inÃcio do ano letivo nas escolas também favoreceu o uso da web no paÃs. As categorias que mais cresceram em fevereiro foram "educação e carreira" (14,3%) e "famÃlia e estilo de vida" (11,1%).
"Os sites de educação sofrem muita influência sazonal, como do inÃcio do perÃodo letivo. Já os endereços da categoria ´famÃlia e estilo de vida´ mostram crescimento consistente há algum tempo", disse o coordenador de análise do Ibope Inteligência, Alexandre Sanches Magalhães.
Na categoria "famÃlia e estilo de vida", os endereços mais procurados são relativos à saúde dos internautas, sites para crianças, esoterismo e religião.
O tempo de navegação em fevereiro foi de 17h33min, contra 18h em janeiro, refletindo o menor número de dias do mês e os feriados de carnaval. Segundo o Comitê Gestor da Internet no Brasil, em fevereiro, o número de domÃnios ".br" chegou a 880.782 contra 866.969 em janeiro.
Sistemas utilizados em lojas futurÃsticas, apresentados na feira de tecnologia Cebit 2006 pelo Grupo Metro, indicam que o processo das compras deve sofrer uma grande revolução nos próximos anos.
Assim como aconteceu com a introdução dos códigos de barras, a utilização das etiquetas inteligentes (também conhecidas como RFID) deve agilizar consideravelmente as compras em supermercados ou em lojas de roupas, por exemplo.
Este tipo de tecnologia --já utilizado em diversos setores para gerenciar mercadorias-- permite que um chip associe grande quantidade de informações a um determinado produto. Assim, antes de comprar um vinho o usuário passa a etiqueta colada na garrafa por um leitor e descobre qual o seu teor alcóolico, onde foi produzido, a temperatura ideal para ser servido e com que tipo de carne combina.
Outra alternativa é fazer com que sensores instalados em carrinhos hi-tech de supermercado identifiquem todos os itens transportados --devidamente etiquetados-- e mostrem em sua tela a soma da compra. O cliente da loja do futuro também não vai precisar esperar que alguém calcule o preço de todos os produtos selecionados; basta atravessar uma espécie de portão com sensores e o valor da compra será determinado em segundos.
Já nas lojas de roupas, os apressados ou indecisos contarão com a ajuda de um assistente virtual. O cliente escolhe uma roupa que, identificada pelo sistema via etiqueta inteligente, aparece em uma grande tela vestida em um/uma modelo. Para trocar as cores ou fazer diferentes combinações entre peças basta utilizar uma tela sensÃvel ao toque.
Um dos problemas destes provadores do futuro pode estar na diferença entre o corpo dos modelos e o dos clientes. Fazer uma compra com base no que eles mostram seria como adquirir roupas depois de um desfile, porque todos na passarela ficam muito bem com as peças exibidas.
O fim do CD, como o conhecemos hoje, já foi mais do que anunciado. De olho na substituição do disquinho prateado pelos tocadores de MP3, os selos independentes estão migrando para a internet e lançando álbuns diretamente na rede, e, o melhor, de graça.
No Brasil, há pelo menos uma dezena de gravadoras digitais no ar --e outras tantas em gestação--, que contabilizam médias de até mil downloads por tÃtulo. Parece pouco, mas é um número relevante, considerando que a maioria trabalha sem patrocÃnio.
O retorno vem por meio de convites para shows e festivais, além de parcerias com artistas de outros lugares, inclusive do exterior. O guitarrista da dupla baiana tara_code, Gilberto Braga, 29, é um dos pioneiros nesse formato. Há sete anos, Braga despeja na rede suas produções em parceria com a cantora Andrea May.
"Temos uma média de 50 acessos [ao site] por dia. Para quem não tem divulgação, é um número muito bom", acredita Braga. "Somos muito mais conhecidos pela internet do que pelo CD."
Braga está utilizando sua experiência na criação do selo digital da ONG baiana Eletrocooperativa, que estréia com um catálogo incluindo as bandas Lampirônicos e Rônei Jorge e os Ladrões de Bicicleta, além do cantor Lucas Santtana.
O coletivo carioca Fronha é outro exemplo de abertura de caminhos pela rede. Mesmo fazendo uma produção experimental --e pouco conhecida até na cena de música eletrônica--, eles foram convidados a participar da edição de 2004 do festival mineiro Eletronika graças ao selo Fronha Records, no ar desde 2002.
"Somos 15 pessoas que criam o tempo todo e vamos escoando a produção pelo site", fala o músico Marcelo Mendes, 36, um dos integrantes do Fronha. O selo já contabiliza 36 lançamentos, entre EPs (formato com três ou quatro faixas), discos e singles, alguns com mais de mil downloads, como o do projeto KKFS. Além do show em Belo Horizonte, o selo rendeu a Mendes um disco em parceria com produtores alemães. "Fiz amigos no mundo todo", diz ele.
Boom
Se no Brasil eles começam a se espalhar agora, no exterior os selos digitais, ou "netlabels", como são conhecidos, são populares desde a década de 90, época em que surgiram sites como o do extinto coletivo Kosmic Free Music Foundation, com produções gratuitas na internet. Atualmente, a seção dedicada a essas gravadoras na principal biblioteca virtual, a Archive, lista 7.980 endereços, com músicas de todos os estilos.
Na Europa, existem até festivais dedicados a reunir essa produção, como o Netaudio´06 - London Netlabel Festival, que acontece dias 15 e 16 de setembro, em Londres -em 2005, ocorreram eventos também na Alemanha e SuÃça.
"De fato é uma tendência. [Os selos] devem surgir no formato de portais, distribuindo gratuitamente ou vendendo as faixas", prevê Messias Bandeira, 39, diretor da Faculdade de Tecnologia e Ciências, na Bahia, e autor de uma tese de doutorado sobre como as tecnologias estão repercutindo na indústria fonográfica.
Portais x Selos
Bandeira acredita que esse é um modelo que está "engatinhando", mas que é "bastante promissor". "Em cinco anos, o que a gente entende como mercado fonográfico hoje estará completamente diferente", vislumbra ele.
No momento, não há um formato pré-determinado para que um selo seja considerado digital. O que há, sim, é uma tentativa dos "netlabels" de se diferenciar de portais de música, como o Trama Virtual.
"O portal é um aglomerado para divulgação de artistas, como o My Space, por exemplo. O selo seria um passo depois disso", afirma o DJ Tee, 26, do selo digital de música eletrônica Conteúdo Records, de Belo Horizonte.
Esse passo, seria, essencialmente, a preocupação com uma direção artÃstica, que reúne as músicas em singles e EPs, os mais comuns no momento, ou CDs, principalmente coletâneas.
"Os selos têm um catálogo e se tornam conhecidos por eles", explica Tee. Na lista do Conteúdo Records consta o "Mourisco EP", lançado em dezembro de 2005, com músicas dos produtores Menorah, 3nity e Duduart.
"Faremos lançamentos periódicos para mostrar para as pessoas que o selo não precisa existir fisicamente", conta Tee.
Finanças
Por enquanto, os brasileiros fazem tudo na camaradagem: ninguém paga para incluir a música, ninguém paga para baixar. Mas como sobreviver no futuro?
"Acredito em uma possibilidade de patrocÃnio", diz Fernando Rosa, 52, do selo de rock Senhor F, de BrasÃlia. Rosa, que lançou 16 singles, cada um com uma média de mil downloads, explica que, para vender, é preciso desenvolver um sistema operacional "pesado". "Posso até cobrar, mas não acredito muito nisso. Se as pessoas não compram mais CD, por que vão pagar para baixar na rede?", questiona.
Bandeira discorda: "Acho plenamente possÃvel o artista sobreviver com a internet. Ele pode vender faixas, CDs, DVDs, explorar todas as possibilidades".
É pagar para ver...
Saiba mais sobre os selos independentes que estão migrando para a internet e lançando álbuns diretamente na rede.
O que são?
Selos digitais (ou netlabels, ou weblabels) são sites que disponibilizam singles, EPs ou discos inteiros, na maioria das vezes gratuitamente, ou cobrando por faixa ou álbum completo.
Quem faz?
Há inúmeras situações, mas, as mais comuns, são as parcerias entre músicos que querem ser ouvidos, mas não têm como lançar um disco.
Como funciona?
As faixas ficam no site armazenadas em arquivos de MP3 ou similares. Qualquer pessoa com acesso à internet pode baixar as músicas e armazenar no computador --ou em tocadores de MP3, como o iPod-- ou mesmo queimar um CD. Muitos selos oferecem encarte, capa e ficha técnica.
Qual a diferença entre um portal de música e um selo digital?
Basicamente, em um portal, qualquer um pode hospedar sua música e deixá-la no ar para download gratuito ou pago. A maioria dos selos tem direção artÃstica e disponibiliza as músicas em formatos como single, EP ou álbum.
Quem pode distribuir?
Alguns selos deixam as músicas disponÃveis para serem "multiplicadas"; outros, usam licenças Creative Commons, que permitem usos especÃficos --para fins não comerciais, por exemplo. Há também os que cobram direitos autorais já embutidos nos preço dos discos.
Onde ouvir
www.antena.art.br (RS)
Estilo: noise, eletroacústica, EBM, ambient
Quem está lá: Ajax Free, Cine Victória, Lavajato e outros
www.breakcore.com.br (SP)
Estilo: eletrônica experimental
Quem está lá: Retrigger, Bruno Belluomini e UDDQUEN
www.container-inc.org (PR)
Estilo: eletrônica experimental
Quem está lá: Gengivas Negras, Fetalcohol, Terrortronic
www.conteudorecords.com.br (MG)
Estilo: eletrônica (tecno, mininal, house etc.)
Quem está lá: Menorah, Duduart, 3nity
www.electrocoopetiva.art.br (BA)
Estilo: rock, MPB, eletrônica
Quem está lá: Tara Code, Lampirônicos, Lucas Sattanna, Rônei Jorge e os Ladrões de Bicicleta
www.fronharecords.trix.net (RJ)
Estilo: industrial, eletrônica
Quem está lá: Fronha Coletiva, Orion, KKFS, Bedoze e outros
www.reciferock.com.br (PE)
Estilo: rock, mangue beat etc.
Quem está lá: Eddie, San B, The Playboys e Matalanamão
www.senhorf.com.br (BrasÃlia)
Estilo: rock
Quem está lá: Revolver, Superguidis, Os Bonnies e Los Porongas
Portais
www.myspace.com
www.tramavirtual.com.br
www.fiberonline.com.br
www.beatport.com
Onde encontrar tudo
www.archive.org - Entre os bancos de dados da biblioteca virtual, há um especialmente dedicado aos "netlabels".
www.netaudiolondon.cc - O selo londrino está organizando o Netaudio´06 - London Netlabel Festival, dias 15 e 16 de setembro.